O governo do Canadá anunciou uma nova estratégia de educação internacional para o período de 2019 a 2024 que define um novo estágio da abordagem do Canadá à internacionalização. O plano dedicará CAD$ 148 milhões ao longo dos próximos cinco anos em iniciativas de incentivo à educação internacional, seguidos por CAD$ 8 milhões por ano de financiamento contínuo.
A estratégia chamada de “Construindo o Sucesso: Estratégia de Educação Internacional do Canadá” têm duas áreas de prioridade bem claras: (01) Diversificar os mercados de origem das instituições canadenses e (02) Incentivar mais canadenses a estudar no exterior.
O orçamento para o novo plano inclui também a extensão do Student Direct Stream (SDS), um sistema que permite aos estudantes enviar as inscrições eletronicamente e atender aos requisitos adicionais com antecipação para agilizar o processo de concessão de vistos de estudantes.
Atualmente, o SDS está disponível apenas aos estudantes da China, Vietnã, Índia, Filipinas e Paquistão. Com a nova iniciativa, ele deve se expandir a mercados adicionais até 2024.
Mais estrangeiros no Canadá
Uma das prioridades que ficaram de fora foi aumentar o número de estudantes internacionais no Canadá. Em 2014, o país lançou uma campanha para atrair mais estrangeiros ao ensino superior canadense. O objetivo era acolher 450.000 estudantes internacionais até 2022. No entanto, este número foi ultrapassado em 2017, quando o Canadá registrou 494.525 estrangeiros matriculados no país – um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Em 2018, mais 80.000 alunos internacionais escolheram o Canadá como destino de estudo, totalizando uma população discente estrangeira de 572.415 pessoas. Este crescimento foi similar ao da Austrália no mesmo período, onde começou a receber algumas críticas. Acredita-se que, com um número recorde de estrangeiros no ensino superior, o setor se torne excessivamente dependente de matrículas internacionais.
Diversificação da população estudantil
Os chineses e indianos representavam 55% dos estrangeiros estudando no Canadá em 2018. A nova estratégia educacional se preocupa com a gestão do crescimento de matrículas internacionais e enfatizar a sua diversificação, para que o setor de ensino superior não dependa apenas de alguns mercados específicos.
Uma parcela de C$ 24,1 milhões do orçamento será reservada a novos esforços de marketing digital destinados a alunos em potencial de países prioritários: Brasil, México, Colômbia, Vietnã, Filipinas, Indonésia, Tailândia, Marrocos, Turquia, França e Ucrânia. A campanha de marketing será amplamente executada pelo EduCanada, marca lançada pelo país em 2016 para ajudar na promoção dos benefícios da educação canadense pelo mundo.
Mesmo assim, China e Índia continuarão a ser os principais mercados, mas com focos em diferentes regiões dos dois países e também tentando atrai-los para níveis mais variados da educação acadêmica, em diferentes partes do Canadá.
Mais canadenses no exterior
O governo canadense também destacou duas preocupações:
- Muitos estudantes canadenses se formam com conhecimento técnico e/ou acadêmico, mas sem Soft skills e experiência de trabalho;
- Uma proporção bem menor de canadenses estuda no exterior em relação a estudantes de outros países altamente desenvolvidos, como França, Austrália e Estados Unidos.
A nova estratégia inclui um projeto piloto de cinco anos para fornecer assistência financeira de CAD$ 5.000 a C$ 10.000 por ano a 11.000 estudantes canadenses que resolverem estudar ou trabalhar no exterior, principalmente na América Latina e na Ásia. As concessões priorizarão estudantes de baixa renda, indígenas e com deficiências.